Preciso de cuidador mas não tenho condições de pagar o que devo fazer?

Muitos idosos chegam às fases mais avançadas da terceira idade com lucidez e autonomia para realizarem tarefas básicas do dia a dia. Alguns inclusive têm uma vida ativa, seja ela profissional ou social. Nessas situações, o cuidador de idosos pode ser facultativo.

Porém, se o idoso estiver debilitado física ou mentalmente, ele terá inúmeras dificuldades de se manter por si só. A locomoção fica prejudicada, a higiene pessoal se torna um desafio, a memória pode ser afetada e a administração dos medicamentos acaba sendo negligenciada.

Nesses casos, é preciso contar com o suporte de um cuidador de idosos. Esse profissional tem o preparo necessário para manter a rotina na terceira idade o mais confortável e segura possível. Além, é claro, de ser uma companhia que evita a solidão e o afastamento do convívio com outras pessoas.

O grande problema é que nem todas as famílias têm condições financeiras de arcar com o impacto no orçamento decorrente da contratação de um acompanhante ou cuidador para seus pais ou avós. Se o idoso for sozinho, então, a complexidade da situação se agrava. 

Afinal, a aposentadoria pode ser insuficiente para alimentação, moradia e medicação. Quem dirá um cuidador, não é mesmo? 

Se você tem curiosidade sobre como proceder nessas circunstâncias, o artigo de hoje poderá trazer algumas diretrizes e dicas interessantes. Vale a pena conferir e ficar a par das possibilidades para quem precisa de um cuidador mas não tem condições de pagar pelo serviço.

É possível ter um cuidador de idosos pelo SUS?

Em termos gerais, planos de saúde privados e a assistência do Sistema Único de Saúde (SUS) não possuem ampla cobertura para atendimento de um cuidador de idosos à domicílio. Infelizmente, essa é uma realidade que ilustra o despreparo da sociedade para lidar com o iminente envelhecimento populacional. 

No entanto, nem tudo está perdido. O Ministério da Saúde publicou uma portaria recentemente que amplia o atendimento e a assistência domiciliar aos usuários do SUS. É o chamado Serviço de Atenção Domiciliar (SAD), que tem como objetivo garantir a continuidade de tratamentos prescritos.

Esse cuidado com a saúde dos pacientes, portanto, é complementar ao atendimento realizado no hospital ou no ambulatório. Ele tem como foco uma assistência humanizada para idosos que não contam com o acompanhamento constante da família e enfrentam doenças que os limitam física ou psicologicamente.

Nesse sentido, o trabalho é muito mais semelhante à modalidade de home care do que a do cuidador de idosos propriamente dito. Além de oferecer mais comodidade ao paciente, essa é uma estratégia para liberar os gargalos de atendimento nos hospitais públicos.

Só podem ser atendidos pelo SAD os pacientes que não precisam de monitoramento ininterrupto. Por fim, vale ressaltar ainda que um termo de autorização para receber cuidados de saúde em casa pelo SUS deve ser assinado por um familiar ou pela pessoa assistida.

Como funcionam as equipes de “cuidadores” do SUS?

As equipes responsáveis pelo atendimento domiciliar do SUS são multiprofissionais, ou seja, elas contam com especialistas de diferentes áreas (medicina, enfermagem, fisioterapia e assistência social). São elas:

• EMAD: Equipes Multiprofissionais de Atenção Domiciliar;
• EMAP: Equipes Multiprofissionais de Apoio.

Cada equipe atende em média 60 pessoas. Eventualmente, elas contam com a ajuda dos profissionais do programa Saúde da Família. O atendimento ocorre durante a semana, porém há plantões aos domingos e sábados.

Como se dá o financiamento do serviço?

O Ministério da Saúde é o responsável por financiar pelo menos 80% dos custos de cada equipe, o que fica em torno de R$ 34.560,00 ao mês. Esses recursos vêm do Fundo Nacional de Saúde e são depositados nos fundos estaduais e municipais.

Infelizmente, não são todas as secretarias de saúde que apresentam projetos de atenção domiciliar. Além disso, o atual governo lançou duas portarias com suspensão temporária dos recursos destinados ao programa. Devido aos altos custos, muitos estados e municípios ficaram sem o serviço.

Alternativas para quem não tem condições de pagar um cuidador

Quando o papel do Estado não é cumprido, cabe ao cidadão procurar pelos seus direitos e encontrar alternativas para contornar a situação. As famílias que não têm condições de pagar por um cuidador de idosos podem:

• Realizar um revezamento de familiares para atender o paciente;
• Contratar um cuidador de idosos folguista para prestar auxílio esporadicamente;
• Procurar pela prefeitura do município ou a assistência social para o devido encaminhamento a lares de idosos.

O importante é jamais deixar o idoso sem amparo. Além de desumana, essa atitude vai contra a lei. Até a próxima!